quinta-feira, 14 de março de 2024

Reino de Marfim

 Reino de Marfim


Controvérsia incongruente
Referência diagonal da premente repercussão
Premonição de um ousar
Estabilizador em coordenadas moleculares
Pixelizadas binariamente
No fundo do esboço
Para ilustre dimensiação
Do Design fantasiado

Desatabalhoar inatrapalhado
Do traçado de precisão
Das nossas vidas

Somos o clã
Sobrevivente à falta de arte
O povo que deixa marcos na história
A dinastia que diz coisas que importam
Num universo da apatia do falar por falar.
Vemos beleza no normal
Pesquisamos no quotidiano o Uau

Nós é que determinamos a paisagem
Do Onde é o realizar das ações.
Quanta luz está no oposto do nosso sombrear
Efetuamos proporções
Retratamos texturas do respirar
Nobre volume de todas as perceções

Somos Deus da folha A3
Mercenários das ideias
Do prático Amor-à-sabedoria

Somos almas erguidas
Que fazem sentir e fazem pensar
Iconoclastas do que vem para ficar
A geração que gera as gerações
Suflíticas de vencer

Face ao teu estado amorfo,
Cheque-Mate.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Lirismo Promíscuo


Lirismo promíscuo
Indução do Eros
Desinformação de um antúrio impávido
Esclopêndrico que assoma o árido

Aponevrose de mais.

Proximidade intravenal da segurança que regressou da viagem ao coração sem periodicidade que desenvolve a autoaceitação da prática da adaptação erógena sem oblivion.
Aparente Multiforme escabroso indelével
Dimensivo - linguajar da fase de ser pessoa.
Artérias de titânio com nervos de aço inox. Órgãos vitais abduzem as cartilagens de gel roçando em ossos de prata.
O recomeçar do sabor das coisas.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

O Indizível anti-efémero


O Indizível anti-efémero

Não sonho só por sonhar
Plausíveis universos futuros heterogéneos despoletados pelo que decidimos.
Sentir doa a quem doer
experiências cutâneas urgem na righteousness do não suposto salivante
Fotos de geografias que distam exigindo se tocar num merge de realidade
A fogosidade de uma rapidinha quotidiana subentendida gerada num vício termodinâmico do viver o momento navegando o sigilo illuminati da sabedoria do carnal e espiritual predilecção.
O palavrear de olhar dentro dos teus olhos, no espelhar do manter bem abisso - Demonstração da escassez de arrependimento dos acontecimentos iminentes

Complexa inspiração abastada
Despojos inconclusivos do carpir num urro
Sincopado em dois milhões de anos-luz

Prosaica diáspora
Tentacional provocalibre amorizado na ereccionante estimulogia. 

domingo, 24 de novembro de 2019

Caro conjecturar


Um opróbio rubicundo de lauto jaez anacronológico deviante cominou eflúveo nas coalisões capciosas adstritas à sequente acrimónia.
Dilemas dicotómicos do córtex da epistemologia revelam o mitocôndrias nuclear do corpóreo ser sonhado numa presumida subconsciência hipotérmica em
auto-concretização de profecias
Lacerantes do ocaso
Subliminar
Do ébrio preciosismo.
Antropofálico escarafunchar
Reticente gastronomia encefálica ready-made  digere insólitas anchovas apressadas

Dodged the bullet of her fuckin happiness
Hipoalergénica desinteria
De um desumbilicado vernacular

sexta-feira, 18 de março de 2016

Chrome Alien

Dark Opalo,
Eternity Lady Million owner of
Caracter Black


Be Delicious and you'll be Invictus
Very Irresistible Euphoria Hipnose
Que J'adore, parce que La Vie Est
Belle
Like a Boss

Gioia Magnetism
Ciao Omnia per mia Dolce Rania
The One Mademoiselle that
granted me a Chance
An Ultraviolet Angel with a Touch Of Pink

Fahrenheit Diesel is my Dynamic
Allure
L'Eau D'Issey of the Big Fortune
Cause you asked for a Happy
Night

My friends and I... Armani Code
Tango Aire, Funny Musk

Suis Le Male
Infinit Solo Nomad
Dressed in Polo Red
In search of my Cupido Flower
Obsession

212 Pleasures
Miracle Romance Addict
Magnifique VIP Mania
Fierce Attitude Infusion
On Horizon Noir

Olympéa Womanity
Eau My Gold Eden
Cypress Lime
Bottled Cool Water
Platinum Uomo Intenso con
Presagio Esencia

Noblesse Frost
Prémier Délice
My Burberry, Catch Me
In the Sky

Pseudonym Antigua Jungle
Fuel for Life In Motion XS


Un Affair de Rêve
The Key.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Não saber para onde virar a ventoínha

Não saber para onde virar
A ventoínha
E o ambiente ficar a andar
À roda. É um esfreganço
De cabelo no meu braço
E pôr os dois pés juntos
No fogão quando vou
Para o seguimento da
Luz de presença com o
----- Circuito em série
E um íman que tão
Depressa atrai como repele
E às vezes nem ele sabe
O que faz.
Baba, e a sensação de
Te escachares a rir
É o inexplicável que
Te prende e cativa
Levantares de sobrancelhas
Aparecem nos espreitares
Pelo cantinho do Rimmel.
Naquilo que não se consegue
Tirar.


Algo para saborear neste
Bar
Seria que me saísse uma
Encomenda para tratar bem e
Que me tratasse da saúde
Só por causa das tosses.
Contacto com tacto,
Responsividade a ferver.
Só poderia ser algo que me
Transformasse no primeiro rei
De Portugal.
A sobremesa de agitar toda
Esta porra só pela
Demanda.
Aquele quem
Que te dará outro tu
Retina
não só corporal
Mas apalpar é o melhor
Remédio.
Faz-te ao bife e será
Como a noite.
(Tão top que parecem duas):
E o fazer que se faria

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Para a Fronteira do Limite

Audaz desinibição
Personificação da honra
Espontaneamente sumptuoso
Nos genes de um GT86.
Um overshove arrebatador de emoções open ended
E um gut shot para o inimaginável.

Para se estar ace high, é preciso densidade e atividade simbólica.
Ombrear com os gigantes
E sobretudo não foldar o nuts

(Porém)
Se tiveres pocket nines, acredita
Tapa o pêssego e a boca sem te partires às gargalhadas e
Sua do bigode, quando fizeres um semi-bluff
Fora de posição
Já que em pé de igualdade amorosa,
Um split pot é normalíssimo.

Baseia-te na congruência palavra-ato
Sendo esse o teu flush draw de encarar a vida
Abdominaliza também a coisa até ao infinito
Que elas ficam steamy
E em estado de tilt fazem muck, a escada
Que se tem de subir é longa e tudo te parecerá
Um mini-raise
Mas deste modo, no turn, já estarás à frente

(For someone who deserves a ring, give her a call)

Sê com a postura de high roller
Que é para (heads up) na hora da prova dos nove
Ser um festival da canção

terça-feira, 20 de julho de 2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Pervertations

Action in the paperbin sexual urge furniture, the blowjob sindicate presents an ass-tray complaint at a boob-shelf library.

A belly-button cup of tea filled by the staircase legs in tongue climbing, the intercorsary of the seven sea stalk sends a telegraph of pleasure licking folders and history mistery, declaring clitoris is victorious.

Water begging down on its knees expresses the nymphoria of our inner cascading, dripping tease, tasting brick and cement boners as a bonus prize for slavery of body-talk, an automatic seep of hope in opium opus, the exchange of particle contact, trembling skin aroused on momentaneous velvet car crash.


Shake those shapes and twirl the world, oint life with dreams come true and put some magic in your shoe-laces which I trip and I'm on a trip to pulchritude, while the moon lights the gravel highway like a candle of no mistake.

It's hard but I'm already hard as nails in my coffin forever having me feeling so hasty like I just drank a hundred coffees in a row, my own pulse beeps through my ears. The supplicating mat reminisced your lips around me, hugging as my bed just called for you. A squeezing quiz of turned tables at the restaurant of love.

terça-feira, 6 de abril de 2010

terça-feira, 30 de março de 2010

Sincronia e Diacronia




Uma ampulheta misturada com um relógio convencional, misturada com um relógio de Sol, misturada com um elevador. Do centro das bases ilusórias vem uma espiral de sentidos opostos que se encontram no centro da ampulheta.
Na realidade esta ampulheta não se pode inverter, pois apenas caminhamos inevitavelmente do passado para o futuro (representado no desenho como no sentido de cima para baixo, um pouco como uma força da gravidade). Deduzo portanto que o sentido inverso seja uma retrospectiva, algo como as memórias. A única maneira de voltar atrás.
O tempo é uma dimensão ambígua e paradoxal. O presente está sempre a tornar-se passado, e simultaneamente transforma-se em futuro.

"Let me introduce you to my time machine"

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Polegarzinha




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Tu és
Uma porta para outra dimensão
Eu sou
Um artista feito artesão

Cada minuto sem hora
Misturas o sorriso com o olhar
Espero por ti lá fora
São mimos que te quero dar
Uma flor assim respirando-me a mim
E o perfume que ela me oferece
Ir à brisa Norte, sentimento forte
Que enlouquece

Tu és
O reflexo da imaginação
Eu sou
O destino e a direcção

Toda a intemporalidade
O contorno dos teus lábios para saborear
E para matar a saudade
Em tuas pétalas deixar-me levar
O gorro a cobrir o que quero despir
E o toque de seda que não esqueço
E é nesta passagem que eu chego à margem
E atravesso

Planeta Ressequido


Eles empurram-te macacos para dentro da caixa craniana com um funil
Esta migalha escrita daquilo que sinto é apenas um múltiplo
Sou um hall of famer do esquecimento

Queria engasgar a guitarra
Colérica, ressequiste as crostas do meu planeta

------

Esmago tudo em polpa

Mas na altura,
Senti muito
E agora,
Sinto muito.

How do you know I know myself?
E.T. é o verão em França

No mundo tudo tem a ver com tudo se quisermos ser demasiado religiosos
Ou nada tem a ver com nada se quisermos ser demasiado caóticos
Mas para ser realmente preciso, No mundo
Alguma coisa tem a ver com alguma coisa.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Amiga



Textos novos ou de meia idade
São falhões empapados e têm falta de ritmo
na tentativa do indizível
Não há epopeia que te faça justiça ao tentar relatar-te uma homenagem de ti
Sincerímetros e honestómetros, rebentas-lhes a escala de prata liquefeita
Um habitat da turbilhonante calma do macroentender

Nenhum doping financeiro ou mutantes abundâncias de substanciais propriedades móveis valorizariam algo que lhes parece vidro mas que na verdade é um diamante -
Que é aquilo que oceanos de ar ou conglomerados de redes formadas de recursos de dados e serviços interligados não conseguem separar

Aquilo, aquela coisa... aniquila essas meras bagatelas de números
Junta-se numa sofisticada receita do ser,
Como ela é é o que é suficiente e isso basta
É uma coisa que nem é uma coisa. Soa:
Amizade
E de longe não faz juz ao que é
Mas pretendia que soasse melhor que um si(mples)lêncio quente


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Impasse rotativo penteia-me o cérebro


Impasse rotativo penteia-me o cérebro
Metafisicamente, a imposição do pretérito instala-se no nunca.
The impatient groggy structures indecisive non-choices.

Possuo a conversa estranha que conheço
Desejo implacabilidade de tratamento após perecer, coerência potável em relação a como vivi.
Devia estar contente por a tristeza me triturar.

Expurgo os defeitos como sal a mais numa comida criando vácuo.
Será uma patologia?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A Malha da Aranha - espaço dedicado a conteúdos da banda Within Hell

Badass! A aranha está presa numa granda malha feita com as cordas da guitarra.


AFTER THE END OF ART (Lyrics by: João Lobo/Carlos Lobo)

Avant-garde is no more
Story cannot be made
People are waiting for
Something they know will fade

In the expanded field
Now there are points of view
Ago there was a shield
For all I kept you

After the end of art

Don’t mean to say death of art
But narrative makes no sense
There’s no linkable criterion
A poligon of arguments

Your thoughts are so right
That I can’t find the light
But I need to be heard
’Cause I’m willing to trust

Your thoughts are so right
That I can’t find the light
But I need to be heard
‘Cause I’m willing to trust you

After the end of art

No, I don’t know
I don’t care anymore

After the end of art

The grid of Modernism
Cycle that repeats throughout
Time



PAST (Lyrics by: Carlos Lobo/Delfim Miranda/João Lobo)

I wanna see
At night
Your smile by the moonlight

I wanna have
The luck
So one day I could sing it
For you

I know one day you’ll forget
The night
That I’m remembering
The time
That mistery which recalls
A moonlight night

The past was present once
And that should never have happened

Beginning
Actions
Flashback
Time barrier
To forget
Consequences
Misery
Regret
Deception
Thoughts
Hope
Oblivion
I pointed you the moon but you just saw my finger

Is there anyway back from disposition
I’m selfish
Anyone’s happiness is my misery
Either way
I’m imprisoned in time

I feel like I should find
A way to end this process
A way to solve this mess
Healing is so far away

I’m stuck in the past

terça-feira, 14 de julho de 2009

A Rant about the Self


Sonhei ser um grande pintor, então pintei…
Sonhei ser um grande escultor, então esculpi…
Sonhei ser um grande músico, então compus, toquei, cantei…
Sonhei ser um grande escritor, então escrevi…
Sonhei ser um grande homem, então vivi!
-
Estou a evoluir, estou a mudar de bengala
Ao sabor do RGB.
O brilhantismo não se consegue com gel
Não caibo na minha pele, nestas actualidades dementes
Com seios mecânicos.

O segredo da omni-ausência impõe-se
Resilientemente corre como Thrash Metal
numa Sapientíssima Verborreia.

segundo Autópsias de rebuçados,
Ovos estrelados são fixes e voam.
Ela tinha 100 gramas de “gostar de mim”

quarta-feira, 20 de maio de 2009

"Tripé"






Este mês de Junho 2009 figurou nas Caldas da Rainha o Projecto Tripé, no qual participei. No Centro da Juventude começou no dia 12, prolongando-se por uma semana. Expus uma escultura, presa em tensão na parede com fios de nylon, denominada de "Ecdise" (ver posts anteriores). Tudo decorreu dentro da normalidade.

Na semana seguinte elaborei uma exposição individual de fotografia encrustada numa instalação artística contemporânea urbana (desenhada pela Vanessa Leslie Silva e construída pelo Daniel Lopes) , que foi vítima de furto e vandalismo e era suposto lá estar uma semana como a anterior, mas nem durou inteira um dia!!

terça-feira, 28 de abril de 2009

www.myspace.com/guitarplayerjoaolobo

Aqui poderão ouvir os esboços de músicas compostas por mim, (demos da minha banda em ascenção - Within Hell) em primeira mão! Espero um dia gravá-las em condições.


Deixo aqui tb um "autógrafo" do meu antigo professor de guitarra Mário Nunes, pessoa pela qual tenho a maior admiração e à qual devo muito do que sei sobre música.



A charneira da libertação e a janela do ver para crer

Sonhei urinar um arco-íris
Achei apropriado beliscar-me e dói
Tal como não adivinho o futuro, não posso adivinhar um passado que não aconteceu
Perguntei-me qual seria a pergunta que me haveria de perguntar
Uns centímetros ou milhas adiante

A minha despreocupação preocupa-me
Acho que falo por todos quando não digo nada

Gosto de jogos viciados e de batota como o amor

Às vezes sinto que estou a falar com uma parede.
As paredes têm ouvidos...

Se me corroessem com ácido e me esfregassem com escovas de aço, disparassem agrafos e me deitassem azeite a ferver para cima sentir-me-ia bem. Mas não. Corroem-me os sentimentos, esfregam-me na miséria, disparam mentiras e fervem-me a memória.


Pietro Series nº3, 160cm x 85cm, técnica mista, 2006

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Definição


Pediram-me entretanto uma sinopse do meu trabalho em geral, para fins de explanação, para uma exposição. Exigente! Explicar uma panóplia de coisas do mais diverso em 5 linhas!
E lembrei-me então deste esboço já antigo ao qual adicionei uma descrição. Dizia:

"O Artista tem de ser tão vago como a arte. Indefinível."

O outro esboço que completa este apliquei-o como cartaz para o já famoso "Museu mais pequeno do mundo"


Esboços estes que dizem respeito à pintura "You can't unring a bell".

domingo, 29 de março de 2009

Fomos Guerreiros


Gravura em linóleo feita a partir de um desenho solto de vários guerreiros diferentes.

Fizeram o que podiam, por isso estão a "arrumar as botas", ou as espadas, como queiram. Não deixam de estar cabisbaixos e decepcionados. São maus apanhadores de autocarros, mas ainda assim tentam apanhá-los com o seu próprio esforço. Têm mais valor assim...

sexta-feira, 27 de março de 2009

Quimera?

E no outro dia lá nasceu este esboço, uma aglutinação de dois animais já existentes - uma serpente e uma tartaruga.

Víscera

Víscera, 60cm x 45cm, técnica mista, 2005

Por entre uma série de experiências espontâneas com materiais dos mais variados saiu isto. É das "manchas" que fiz talvez a que mais admiro. Não posso deixar de constatar que apesar do gesto há aqui muito acaso, e também muita sorte penso eu.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Pórtico

Pórtico, 150cm x 300cm x 10cm, madeira e ferro, 2008

"Pórtico" refere-se habitualmente a algo que se atravessa e que pauta um ritual de passagem, que é oposto ao conceito de escultura, que é a princípio e por definição um objecto no espaço com a sua presença (mais ou menos densa) que, passo a redundância, ocupa um espaço e portanto não pode ser atravessado. A altura e a natureza deste objecto faz então colidir essas duas facetas.

A nível de conteúdo este objecto é um pouco como diz Richard Deacon, um "Peixe fora de água". A sua construcção está a nu e é suportada por bases e uma moldura de ferro, que a mantêm de pé e impedem que se desarticule. Um "objet trouvé" modificado, com aspecto e quiçá proveniência orientais.


Sombra

Sem título, dimensões variáveis, fotografia, 2007

Estranho como a volumetria do objecto está opaca, e o espaço envolvente está distorcido e um pouco disforme, mas é isso que permite vislumbrar aquela "silhueta".
A sombra é uma região escura formada pela ausência parcial de luz, proporcionada pela existência de um obstáculo.
Tanto esta figura como aquilo que a envolve transporta algo de misterioso, mesmo para mim.

Projecto - Auto-retrato fotográfico

Sem título, dimensões variáveis, fotografia, 2007

Foto baseada nos estudos sobre o movimento de Edweard Muybridge. O movimento é registado pela luz, logo é literalmente foto-grafia (escrita com luz).

Introspecção

Introspecção, 200cm x 188cm, óleo sobre tela, 2007

Um auto-retrato em tamanho real que apresenta um diálogo não só entre as três dimensões da figura e as duas dimensões do fundo, mas também um diálogo entre "expressionismos" concreto na figura e abstracto no fundo.

Ecdise


Uma enunciação à metamorfose.
Trata-se de uma espécie de esqueleto baseado na anatomia do cavalo que se assemelha simultaneamente a um insecto.
O nome "Ecdise" sugere o facto de ser algo que o insecto deixou para trás para crescer, neste caso não o exosqueleto, mas sim o esqueleto interno. Facto interessante, visto que os insectos são seres invertebrados.
Ainda só tenho aqui a foto deste esboço, que originou uma escultura. Pu-la em tensão nas paredes com uma espécie de teia, ao invés de usar um pedestal. Fica como que a "flutuar". Ao mesmo tempo toca na tipologia dos aracnídeos, como uma tarântula, por exemplo.
Concluindo, é um ser inventado por mim e em mutação, do qual só vemos os vestígios.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Desenho estranho


Estão a ver as histórias exageradas contadas pelos velhos, nas quais são acrescentados tantos pontos que a verdade se dissipa e às tantas aquilo parece uma espécie de feito heróico tipo a Odisseia ou a Ilíada?
Três bichinhos meiguinhos, estão ali. Um crocodilo, um pitbull e um urso. Contudo o personagem está numa forma física tal que a ameaça soa a brincadeira, e tem uma destreza e reacção capazes de enfrentar as adversidades!

domingo, 22 de março de 2009

Uma pintura com som

You Can't Unring a Bell, 200cm x 200cm, óleo sobre tela, 2007


"Uma pintura com som" - Disse-mo José Eduardo Rocha, ou JER, esse maluco. E eu ainda nem tinha a pintura acabada.

Perguntei também uma vez uma coisa a um puto de 5 anos, armado em esperto. Uma pergunta filosófica.
"Porque é que o céu é azul?"
Fico espantado com o que ele me responde. De repente senti-me mesmo burro. Disse-me ele com a maior convicção:
"Porque se fosse vermelho, as nuvens não podiam ser brancas."
Uma análise de carácter pictórico apuradíssimo. E lembrei-me da pintura que estava a fazer.

O título da pintura significa acima de tudo: O tempo não é algo que possa voltar atrás.

O personagem está a matar-se, e ao mesmo tempo está a avisar-se a ele próprio que o está a fazer. Achei interessante o facto; aquando da morte de uma pessoa, os sinos dobram.

Não sei especificar portanto se na imagem que vemos ele está vivo ou morto, mas creio que está numa transição (in limbo).

A comparação do homem com a máquina, essa é outra.
Qual é melhor? O Homem ou a máquina? A máquina é algo criado pelo Homem. Não será o Homem também uma máquina?

Retratos mútuos

Enquanto eu decidi fazer a pintura do meu amigo Luís, ele decidiu também retratar-me à maneira dele - através da escrita. Aqui vão os referidos retratos:

Retrato de Luís Miguel Gonçalves, 100cm x 70cm, óleo sobre papel, 2007


"Tornado
centro
do
desenho
extremo
da tua
doce
sensibilidade
de uma
nervosa
linha
contínua
da procura
de uma
LIBERDADE
escondida"

Luís Miguel Gonçalves

sexta-feira, 20 de março de 2009

Demental - The Mental

Divagravas,
Num non-sense canónico, pluritonal
O espelho reflecte e reflectir é pensar
Borrachas e corações colidem quando se tenta apagar o passado
Que melhor estudo de anatomia que sentir na pele
Viste-me as entranhas e não me decifraste
No ponto. Entre a genialidade e a loucura
Qual é o fim dessas coisas e qual será o seu fim?
O duelo silencioso entre mim e mim próprio
A estrutura que me sustenta é o que eu ostento
Sem tretas não há milagres
Gostava de ser um homem sobrehumano
Se borrei a pintura no passado, estou-me nas tintas
Aprendi a lidar com a minha desgraça como uma simbiose
Fiquei a viver partilhando o vazio com criaturas inertes
Nunca constatei alguém desdenhar do aprazível com tanto fulgor
Como brandy mel doce e agreste ela fazia-me implodir...
A minha vida está com cancro.

Encarcerado na Máquina putrefacta que é o meu corpo

O meu cabelo está-se a desintegrar.
Os meus olhos de sangue borbulhantes, explodem órbitas fora.
A minha pele rasga-me em cacos.
A minha barba são espinhos cravados na minha face.
A minha carne consome-se a si própria.
Os meus ossos pulverizam-se como areia ao vento.
Os meus dentes saltam disparados das gengivas.
Os meus tendões dilaceram-me os membros.

Sonho em morrer e não realmente morrer.
Vagueio na minha carcaça como um zombie.
Cultivo a devoção ao impossível.

Cago os intestinos fora.